CADEIRA NÚMERO 5

PATRONO

EDITH MACHADO BOAVENTURA
(1909 - 1985)

Edith Machado Boaventura nasceu em 2 de julho de 1909, na fazenda "A Brava", na localidade de Gameleira, hoje, distrito Governador João Durval Carneiro, município de Feira de Santana. Filha primogênita do casal Amélia Barreiros Machado e João Sampaio Machado, foi criada na fazenda com os seus três irmãos, Tito, Isaac e Luís. Criança ainda, veio para um internato, na sede do município, e freqüentou a escola de dona Estefânia Mendo, onde aprendeu as primeiras letras.

Como a instalação da Escola Normal só viria mais tarde, em 1926, a jovem Edith seguiu para Salvador para estudar no Educandário dos Perdões, realizando o curso normal e tendo a oportunidade de conhecer e viver na capital do Estado. Falava muito bem do colégio, como um dos períodos bons de sua vida e recordava-se com freqüência das colegas. Ainda estudava em Salvador, quando viu com alegria abrir-se a Escola Normal de Feira de Santana. Em 1929, concluído o curso de magistério, Edith retornou a sua terra natal. Ensinou no distrito de Bonfim de Feira, alguns anos antes do casamento e, também, em Feira de Santana com a sua tia, professora Alice Barreiros.

Casou-se em 1932, ano de forte seca, com Osvaldo Abreu Boaventura, igualmente de conhecida família feirense que, na época, tinha certa influência política. O seu sogro, o farmacêutico José Alves Boaventura, pioneiro da indústria do óleo de mamona e de curtume, foi várias vezes conselheiro municipal, presidente da Câmara e Prefeito interino. Pelo lado Abreu, os vínculos políticos eram bem mais fortes. O tio-avô de seu marido, Abdon José de Abreu, fora intendente municipal.

Edith era de temperamento manso e, sempre solícita e comunicativa, não media esforços para servir ao seu próximo. Tinha uma maneira especial, amiga de tratar as pessoas mais simples. Num envolvimento com a sua comunidade, a professora Edith participou, também, de obras religiosas e sociais como Associação de Senhoras de Caridade, Asilo Nossa Senhora de Lourdes, Conselho do Movimento das Bandeirantes em Feira de Santana, entre outros.

De espírito religioso marcante, tinha muita fé em Deus e uma especial devoção a Nossa Senhora da Vitória e às Almas. Quando morou, na Praça da Catedral, número 19, freqüentava assiduamente a Igreja. O terço diário, o ofício aos sábados e o uso do incenso, além dos seus inseparáveis livros de oração, eram práticas correntes. A família Boaventura também morou, por algum tempo, na Praça da República. Mas a maior parte da vida, Edith viveu na chácara, próxima ao estabelecimento de negócios do seu marido, curtume e depois serraria, na Estrada das Boiadas, em área vizinha ao bairro da Kalilândia.

Edith gostava imensamente de ler, de cultivar amizades e de viajar. Toda viagem a deixava feliz, mesmo as pequenas aos distritos de Feira de Santana. Realizou duas longas viagens: à Europa por mais de seis meses e aos Estados Unidos onde ficou por quase um ano sempre na companhia dos filhos. Conheceu a Terra Santa, vários países e realizou muitas outras excursões internas.

A sua formação em uma boa escola normal, leituras e viagens muito a ajudaram com o marido na educação dos filhos Edivaldo, Carlos José, Osvaldith e João Eduardo. Na maturidade, a professora Edith mudou-se para Salvador, ficando mais perto dos filhos residentes na capital, mas sempre ia a Feira rever família e os muitos amigos.. Cercada do carinho dos filhos, netos e amigos, faleceu em 7 de dezembro de 1985, às 9:30h, no Hospital Português, em Salvador e, conforme o seu desejo, foi sepultada, no Cemitério da Piedade, em Feira de Santana, após solene missa de corpo presente, celebrada pelo monsenhor Galvão na Catedral de Nossa Senhora Santana.

Pouco depois do seu falecimento, ainda no ano de 1985, por decisão do governador João Durval Carneiro e de sua mulher Yeda Barradas Carneiro, foi inaugurada a Escola Edith Machado Boaventura nome indicado por seus amigos e conterrâneos. Na época, era secretário de Educação e Cultura da Bahia o filho da homenageada, Edivaldo Boaventura.

Dar a uma escola o nome dessa educadora é registrar para os pósteros a história de vida de uma mulher que, na sua simplicidade, soube ser grande, como mestra, mãe, esposa, amiga, enfim, como ser humano que se preocupava com o próximo, mas soube viver plenamente a sua vida.

É este ato também uma homenagem a um exemplo de dignidade moral e social, cujo lema - querendo sempre crescer - pode soar como um paradigma para os que estudam e trabalham na Escola Edith Machado Boaventura.


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