Poetisa,
declamadora, musicista, compositora, professora, pianista,
natural de Feira de Santana, filha de Camilo de Mello Lima
e Leolinda Bacelar de Mello Lima.
Nascida
em 27 de janeiro de 1893, recebeu o nome de GEORGINA DE
MELLO LIMA. Seus primeiros ensinamentos educacionais e musicais
foram no lar com a mãe Leolinda Bacelar.que era pianista
e professora do município.
Matriculada
em uma escola complementar, já no início das
primeiras aulas demonstrava o dom artístico, com
ensaios de alguns poemas e nos intervalos das aulas, juntamente
com as colegas, fazia encenações teatrais.
Georgina, aos poucos, ia desenvolvendo a sua parte intelectual.
O seu pai, Camilo, colaborava com algumas crônicas
nas publicações nos jornais da cidade.
O sonho
de criança alimentava o desejo de tornar-se professora
de música e ter a própria escola. Cada vez
mais aplicando-se na perfeição, Leolinda,
notando a evolução desta, resolve matriculá-la
no Instituto de Música da Bahia, iniciando-se no
estudo de piano e no Conservatório de Música.
Para aprimorar, ainda mais, os conhecimentos específicos,
vai ao Rio de Janeiro, permanecendo por um período
razoável, estudando harmonia e composição,
envolvendo-se nas atividades artístico-culturais
a ponto de receber elogios da imprensa carioca.
De retorno
a Feira de Santana, Georgina realiza várias apresentações
lítero-musicais no Teatro Santana, em benefício
do Clube Coreógrafo Dois de Julho, Asilo Nossa Senhora
de Lourdes, Albergue Noturno, Igreja Senhor dos Passos,
Igreja Senhor do Bonfim e em beneficência de crianças
órfãs. Sempre requisitada para dar aulas de
piano em domicílio, resolveu abrir um curso em sua
residência.
No Edifício
Mandacaru, à rua Conselheiro Franco, funcionava a
Pensão Universal, de propriedade dos pais de Georgina.
Ali se tornou um lugar privilegiado pois, além de
pousada de viajantes, vendedores, e comerciantes que visitavam
Feira de Santana, era ponto de encontro da população.
Na sala de música da Pensão, muita gente se
fazia presente para ouvir Georgina executar ao piano belíssimas
partituras musicais de sua autoria. Foi lá que o
hóspede Walter Tudy Erismann, atraído pela
pianista, demonstrou admiração e entusiasmo,
iniciando daí um namoro que foi transformado em matrimônio
no dia 8 de setembro de 1926.
Formada
em Magistério, Georgina Erismann foi nomeada Professora
de música e canto da Escola Normal de Feira de Santana.
Das atividades consta a formação de um coral
e o lançamento de um hinário. Na comemoração
do primeiro aniversário da Escola Normal, sob sua
regência, na apresentação do coral de
alunas, canta pela primeira vez o Hino à Feira. As
datas cívicas eram sempre comemoradas com sua participação.
Inspirada,
Georgina Erismann continuou produzindo seus poemas, hinos
e crônicas, algumas dessas obras publicadas nos jornais
de Feira e da capital. Alguns de seus poemas: Adeus, Adeus
Bahia, A Fuga das Andorinhas, Balão, Bimbo, Chuva,
Elegia, Exortação, Inquietude, Mestra, Quaresma,
Rede, Solicitude, Zabumba, etc. Hinos: À Bandeira
Brasileira (em parceria com Gastão Guimarães),
À Feira, Ao Trabalho, Ao Três de Maio (em parceria
com Maria Luiza de Souza Alves), Canção Patriótica
e Redenção (Para Treze de Maio).
Pelos
seus méritos, em agosto de 1936, foi indicada pelo
Governador do Estado, Capitão Juraci Magalhães,
para representar oficialmente a Bahia na grande Feira Artística,
Industrial e Comercial, realizada na cidade de Campinas,
Estado de São Paulo, em homenagem ao Centenário
de nascimento do maestro Carlos Gomes.
Cumprindo
o programa de comemorações, nas suas apresentações
na cidade de Campinas, é Georgina Erismann aplaudida
pelo seu talento, tendo recebido vários convites
para apresentações. A sua atuação
brilhante rendeu uma Moção de congratulações
da Câmara de Vereadores deste Município, pelo
Vereador Áureo de Oliveira Filho.
Em 13
de junho de 1937 foi inaugurada a Escola de Música
de Feira de Santana, anexa ao Instituto de Música
da Bahia, tendo como Diretora Georgina Erismann. Em 1º
de agosto de 1939 a Escola é transferida para o Ginásio
Santanópolis, em solenidade que se tornou numa verdadeira
Festa Lítero-musical. Em setembro de 1939 Georgina
e seu esposo partem para o Rio de Janeiro onde passaram
a residir. Em 7 de fevereiro de 1940 publica sua última
obra, "Solicitude", que se constitui numa forma
que encontrou para se despedir do convívio de Feira
de Santana. No dia 23 de fevereiro do mesmo ano Georgina
tem um mal súbito e falece em sua residência,
sendo sepultada no Rio de Janeiro. Os meios de comunicação
do país registraram o seu falecimento. Georgina não
teve filhos.
Após
o seu falecimento, foram prestadas homenagens, dentre elas:
a Escola de Música de Feira passou a denominar-se
Escola de Música Georgina de Mello Erismann. Em novembro
de 1951 a Câmara de Vereadores de Feira de Santana
denomina uma rua com seu nome: rua Professora Georgina Erismann.
Em 1981, uma Escola Estadual de 1º Grau no bairro Jardim
Acácia foi denominada Georgina de Mello Erismann.
Na Rua Santos Dumont, funcionou uma Escola de Balé
denominada Georgina Erismann.
"Ninguém
cantou tanto a sua terra, o seu povo e a sua cultura como
Georgina Erismann! Tanto em prosa quanto em verso, ela louva
intensamente o torrão em que nasceu".