CADEIRA NÚMERO 9

PATRONO

HELENA ASSIS SUZART
(1912 - 1997)

Para se falar da Profa. HELENA DE ASSIS SUZARTE, vale à pena lembrar, em riqueza e verdade, da poesia grega de Eurípedes: "FELIZES OS QUE SE MOVEM COM ESPÍRITO SERENO E LIVRE E O SEMBLANTE LUMINOSO E MACIO."

Assim a professora Helena se fez feliz, mesmo não sendo filha de Feira de Santana, foi filha predileta de Sant"Ana, em Feira. Nossa cidade recebeu de Monte Alegre, hoje Mairi, sua terra natal, essa preciosa jóia de raro valor, uma delicada pérola...

Helena de Sena Assis nasceu a 22 de maio de 1912, filha de Coronel Arthur de Assis, fazendeiro, comerciante, e de Dona Maria de Senna Assis, e, pelo casamento com o Prof. Edgard Erudilho Suzarte, em 11 de setembro de 1977, passou a se chamar, Helena de Assis Suzart.

Veio a residir em Feira desde tenra infância e cursou os primeiros estudos no Grupo Escolar J. J. Seabra com destacado esmero.

Atendendo o seu pendor pela Educação, diplomou-se em professora pela Escola Normal de Feira de Santana, em 1930, sendo laureada como melhor aluna e eleita oradora da turma, prenunciando, desde então, seu brilhante dom na oratória.

Dedicadíssima ao estudo da Língua Portuguesa, ingressou no Magistério logo a seguir.

Em 1931, iniciou sua vida docente nos Municípios de Mundo Novo, depois em Castro Alves (1932), na Fazenda Estreito e em Santo Antônio (1934).

Numa trajetória de grandes esforços, notadamente, de ordem física e intelectual, teve sua saúde abalada, sem, contudo, jamais perder o entusiasmo e comprometimento com a missão de ensinar.

Transferida para Feira de Santana, ainda na década de 30, começou a dar aulas no Distrito de São José das Itapororocas, depois no Bairro Pedra do Descanso.A seguir, tomou posse na Escola de Aplicação Anexa à Escola Normal de Feira de Santana.

Em 1953, Profa. Helena Assis foi brilhantemente vitoriosa no Concurso de Cátedra e passa a assumir a cadeira de Língua Portuguesa na Escola Normal, onde se imortalizou pelo trato com a língua, pela competência gramatical e pela dedicação aos seus alunos e que até hoje é um ícone da juventude do passado.

Denominada por seus tantos alunos como "missionária do ensino", a Profa. Helena destacou-se numa prodigiosa semeadura da sua docência, ministrando aulas também de Psicologia, Pedagogia, Matemática, Estatística e até de Francês, sempre referendada no seu desempenho dedicado.

Fluente e cativante pela mansidão de temperamento e de linguagem e pela competência docente, conquistava alunos, colegas, diretores e encantava a todos por sua grandeza de caráter, de humildade, tanto na firmeza da fala quanto na docilidade do silêncio.

Exímia na Educação, como analista, pesquisadora, e, especialmente, investigadora das nuances da Língua Portuguesa, manifestava, tal como Clarice Lispector, seu amor pela nossa língua, propagando-a, divulgando-a, fora e dentro de sua sala de aula, promovendo em seus alunos o envolvimento pelo bom conteúdo e pela depurada forma do uso lingüístico.

Magnífica na arte de ensinar e, mais, de educar, com sua mansidão, estimulava o aluno a crescer, a comprometer-se a ser mais, a acreditar-se capaz. Assim como explica uma das suas alunas, Elza Santos Silva: "COM QUE SUTILEZA HELENA ME FAMILIARIZADA COM A GRAMÁTICA, COM A LÍNGUA PORTUGUESA,COM O MUNDO"...

Exerceu a função de Vice-diretora da Escola Normal, chegando ao cargo de Diretora do Colégio Estadual, tendo tomado posse, no dia 13 de maio de 1956. Dirigiu também o Instituto de Educação Gastão Guimarães, por muitos anos.

No santuário de sua alma, manteve fidelidade ao culto de todas as obrigações assumidas com sua natural visão de honradez, devotamento, humildade.

Professora Helena Assis era refratária às homenagens e honrarias que lhe destinavam, esquivando-se, delicadamente, de todas elas.

O Governo do Estado lhe concedeu a Medalha de Barão de Macaúbas em gratidão aos serviços prestados à Educação, assim como o governo municipal e muitas instituições educacionais lhe destinaram títulos, comendas, diplomas honoríferos e outras justas condecorações das quais jamais se enalteceu, permanecendo no servir discreto e desvelado à causa da Educação, com notoriedade, no ensino da Língua Portuguesa.

Reconhecida no seu talento, foi a primeira mulher, em Feira de Santana, indicada a concorrer a cargo eletivo no município, sendo persuadida por inúmeros amigos e ex-alunos que argumentavam o quanto o Legislativo Municipal prescindia da notoriedade intelectual, moral e social que marcava sua prática de vida.

Candidatou-se a vereadora, no ano de 1950, pelo antigo partido da UDN, acatando sem grande entusiasmo e nenhum envolvimento com a campanha que a elegeria, mantendo seu propósito de fazer da política pela boa Educação seu único interesse.

Dessa forma, não chegou a ser eleita, permanecendo em seu mandato de eterna mestra, "propagadora do Saber e do Bem" como a descreve com desvelada propriedade seu sobrinho, Luiz Fernando da Silva Assis, Membro Suplente do Instituto Histórico Geográfico de Feira de Santana.

Nessa sua dedicada trajetória de fazer educação para o "bem",conseguia incluir na sua agenda docente o atendimento a alunos de todos os níveis sociais, preparando-os, de forma diferenciada, extra-classe, para os concursos vestibulares e para tantos outros concursos, inclusive de magistraturas.Tornou-se, assim, bastante procurada como professora do nominado "Curso de Português", oferecendo também aos muitos advogados, professores, engenheiros, médicos e outros graduados, a oportunidade de lidar com a Língua portuguesa, vencendo os desafios de uso oral e, principalmente, os da leitura e escrita.

Além dessa prática de ensino, ainda achava tempo para dedicar-se a revisões de discursos, palestras, peças literárias e textos diversos de muitas personalidades políticas e intelectuais. Uma verdadeira peregrina da arte de ensinar.

A Câmara Municipal prestou-lhe honrosa homenagem póstuma , com saudação do Poder Legislativo pelo edil Antônio Carlos Coelho e, em nome da família, pelo sobrinho, prof. Luiz Assis.

Faleceu profa. Helena em 11 de setembro de 1997. Homenagens de pesar lhe foram feitas pela imprensa falada e escrita e, mais expressivamente, pelos tantos e tantos alunos e amigos, suavemente cultivados ao longo de sua vida de serviços.Todos compadecidos com a separação, mas perpetuando suas marcas, na memória do coração.

Recentemente, ainda mereceu destaque de homenagens, em setembro de 2002 e a seguir, de 2007, ao completar cinco e dez anos do seu falecimento, sendo notícia memorável nos jornais locais, em especial, no Jornal Feira Noite e Dia.

Acresça-se aos mais significativos reconhecimentos a celebração de sua imortalidade na Academia de Educação de Feira de Santana.


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