CADEIRA NÚMERO 14
PATRONO
HILÁRIO BISPO DE AZEVEDO
(1916 - 2001)
Nascido
a 28 de novembro de 1916, em Feira de Santana, no Tanque da
Nação, bairro Calumbi, hoje rua Farmacêutico
José Alves Boaventura. Filho de Dionísio Bispo
de Azevedo (Mestre Bim) e Palmira Gomes de Azevedo, ele marceneiro
e ela engomadeira e charuteira. O casal teve cinco filhos:
Hilário, Antonio, Áureo, José e Adrião,
todos professores pela Escola Normal de Feira. Família
pobre, simples, porém honesta e trabalhadeira.
Hilário, o mais velho, desde jovem demonstra desejo
de progredir. Estudioso, tocava violino e violão, e
escrevia poesias. Nas folgas da escola, ajudava o pai na tenda
de marceneiro. Não tendo recursos para adquirir seus
instrumentos, ele próprio constrói seu violino.
Torna-se músico da Sociedade Filarmônica Vitória,
tocando clarinete. Alguns anos depois, com o falecimento do
Maestro Santos, assume a Regência.
Diploma-se em Professor Primário em 1934. Aprovado
em concurso, é designado para lecionar no distrito
de BURITI, município de Barra do Rio Grande, hoje,
cidade de Barra. Ali, inicia sua vida sentimental. Do amor
com Clarice Viana de Souza, nascem dois filhos: Mirian Luíza
Viana de Azevedo, professora, residente nesta Cidade, no bairro
Campo Limpo, onde mantém uma Escolinha e Edson Viana
de Azevedo, publicitário, residente em Salvador.
Alguns anos depois, é transferido para o distrito de
Outeiro Redondo no município de São Félix.
Foi aí que, em 1943, por ocasião da Segunda
Grande Guerra Mundial, com a implantação do
II Batalhão do 18º Regimento de Infantaria em
Feira de Santana, é convocado para servir ao Exército.
Na tropa, faz curso de Cabo e Sargento, dando início
à sua carreira militar. Mesmo com o fim da guerra em
l945, continua na tropa até 1964, quando passa para
a reserva no posto de Primeiro Tenente. No Exército,
destaca-se não só pelo seu valor moral como
intelectual.
Durante sua vida militar, recebeu várias condecorações
e prêmios: medalha Marechal Hermes, Medalha de Bronze
(dez anos de bons serviços), destacando-se o prêmio
Franklin Dórea, instituído pela Biblioteca do
Exército, disputado por dezessete concorrentes das
três armas, ao qual concorre com o livro "JACUÍPE,
SOL A PINO". Participa de vários outros concursos
literários, obtendo, em todos, posição
de destaque.
Nesse período, casa-se com D. Eunice Viana de Souza
com quem teve sete filhos: Hilaní, Olívia, Tereza
Tercínia, Maria da Conceição, Glaucia
Antônia, Letícia e Paulo, os dois últimos
falecidos.
Durante sua permanência no Exército estuda Direito,
tornando-se advogado pela Universidade Federal da Bahia.
Com o falecimento de sua segunda esposa, casa-se com D. Helena
Silva Azevedo, depois de dois anos de namoro por correspondência.
Desse matrimônio nasce sua última filha: Dorotéia
Silva Azevedo, Advogada, Juíza do Trabalho em exercício
nesta Cidade.
Aposentado do Exercito, dedica-se à advocacia, profissão
que exerce por poucos anos, pois se decepciona com a estrutura
da Justiça. Nesse período, matricula-se novamente
na Universidade Federal e faz Mestrado em Língua Portuguesa.
Em 1978, retorna à sua Terra Natal para tornar-se professor
da Universidade Estadual de Feira de Santana, onde leciona
Português e Literatura até atingir a compulsória.
Foi membro do Ateneu Angrense de Literatura, da Academia Feirense
de Letras e da Academia de Letras e Artes de Feira de Santana.
Durante sua peregrinação literária, recebeu
quatro Medalhas de Ouro e três de Prata, além
de várias menções honrosas.
Teve seu conto "O PORCO" incluído no livro
"Contos do Brasil Contemporâneo", Vol. VII.
Em 1991, participou, com "CONTOS SELECIONADOS",
do 4º Concurso Nacional de Contos, promovido pela Revista
Brasília, de circulação nacional, e,
em 1995, com a poesia "GENÉTICA", da 9ª.
ANTOLOGIA de POETAS e ESCRITORES do Brasil, organizado por
Reis e Souza.
Foi co-autor do livro José de Alencar - ensaios e crônicas,
Coleção INDUÍ.
Colaborou, ainda, com a Revista da Universidade de Feira,
com as poesias "Escada de Prata" e "O Rio".
Participou das antologias "Poetas Feirenses", de
Alberto Alves Boaventura e em "Toalha de Luz", organizado
por Benjamim Batista (1997) alem da Revista das Academias
de Letras e Artes da Bahia (1998) e do "Memorial Poético
de Feira de Santana", organizado pela professora Lélia
Vitor Fernandes de Oliveira.
Cada poeta tem seu perfil, sua historia. Ele elaborava com
requinte de temática e de versificação.
Quer no romance, quer na poesia, seu acervo é uma riqueza.
Católico praticante, foi Ministro da Eucaristia da
Paróquia de Senhor do Bonfim - Alto do Cruzeiro.
Faleceu a 11 de fevereiro de 2001, deixando várias
obras inéditas.
Assim foi Hilário, eterno professor, eterno estudioso,
eterno poeta, eterno sonhador.
Não sendo possível sintetizá-lo, porém,
na intenção de traduzir a inquietude de seu
espírito, transcrevo, a seguir, em sua homenagem, esta
obra prima de BASTOS TIGRE.
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